Quando o prazer assusta: o que é vaginismo e como a fisioterapia pode ajudar
Dor, contração involuntária e medo da penetração são sinais de um distúrbio real, que tem nome, causa, tratamento e solução
9/14/20251 min read
Caracterizado pela contração involuntária dos músculos do assoalho pélvico, a dor genito-pélvica, popularmente conhecida como vaginismo, dificulta ou impede qualquer tipo de penetração vaginal, incluindo relações sexuais, exames ginecológicos, inserção de absorventes internos ou copinhos menstruais. A medicina também reconhece que o problema pode incluir dor, tensão muscular, medo da penetração e outros fatores físicos e emocionais.
Embora pouco discutida, a dor genito-pélvica é mais comum do que se imagina. Estudos apontam que até 7% das mulheres podem apresentar sintomas ao longo da vida, embora os números variem por subnotificação e ausência de diagnóstico adequado. O distúrbio não é frescura, não é falta de vontade e muito menos algo que se resolve com força de vontade. Mas sim um reflexo condicionado que precisa ser compreendido e tratado com respeito e técnica
A boa notícia é que há tratamento. E a fisioterapia pélvica tem papel central nesse processo. A abordagem fisioterapêutica envolve técnicas específicas de dessensibilização da região íntima, treinamento respiratório, controle da musculatura e uso de dilatadores vaginais de forma gradual e orientada.
Cada caso é único. Existem mulheres que nunca conseguiram manter relações sexuais sem dor, outras que desenvolveram o problema após traumas, partos difíceis ou vivências negativas com o próprio corpo. Por isso, o processo não é somente uma intervenção técnica. O tratamento também exige escuta, acolhimento e conexão com o ritmo e os limites da paciente.
Em muitos casos, a fisioterapia é associada ao acompanhamento psicológico para lidar com os aspectos emocionais envolvidos. Uma vez que a abordagem multidisciplinar amplia as chances de sucesso e reforça que o corpo e a mente não podem ser dissociados no tratamento de uma condição tão complexa. A paciente precisa se sentir segura para se reconectar com seu próprio corpo. E isso passa pela informação, pelo cuidado técnico e, acima de tudo, pela ausência de julgamentos.