Corpo em alerta: como o estresse crônico pode levar a disfunções do assoalho pélvico

A conexão entre mente e corpo é cada vez mais reconhecida pela ciência. Um exemplo claro dessa relação é a somatização, fenômeno em que o estresse emocional e as tensões psicológicas se manifestam por meio de sintomas físicos.

Estudos da Sociedade Internacional de Fisioterapia Pélvica mostram que quatro em cada dez mulheres com dor pélvica crônica relatam altos níveis de estresse e ansiedade. Isso evidencia como o equilíbrio emocional influencia diretamente o funcionamento do assoalho pélvico, estrutura formada por músculos e ligamentos responsáveis por sustentar órgãos como bexiga, útero e intestino.

O impacto do estresse crônico na região pélvica

O estresse prolongado mantém o corpo em um constante estado de alerta, liberando hormônios como o cortisol e alterando a resposta muscular.

O assoalho pélvico é extremamente sensível ao nosso estado emocional. Quando vivemos sob tensão, os músculos dessa região podem permanecer contraídos por longos períodos ou, ao contrário, se tornarem excessivamente relaxados. Esse desequilíbrio pode causar dor, urgência urinária e até disfunções como o vaginismo.

Fisioterapia pélvica: um caminho para o equilíbrio

A fisioterapia pélvica atua como uma aliada importante no tratamento desses desequilíbrios. Longe de se limitar a exercícios de fortalecimento, o tratamento inclui técnicas de relaxamento, respiração e liberação miofascial, além de recursos como o biofeedback, que ajudam a paciente a reconhecer e controlar melhor a musculatura.

O meu trabalho é ensinar o corpo a sair desse estado de alerta constante. A mulher aprende a identificar as tensões acumuladas e a relaxar conscientemente. É um processo de reeducação física e emocional.

Um convite ao autocuidado

Perceber os sinais do corpo é o primeiro passo para romper o ciclo de dor e tensão. A fisioterapia pélvica contribui para restaurar a harmonia entre corpo e mente, promovendo autoconsciência, bem-estar e equilíbrio emocional.